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Crônicas Ocultas do Clã DBOF: Cap 2 pt 3

cronicas-ocultas

Por: M. Barreto

Capítulo II: Máquina do Tempo

Denis não entendia ao certo o que estava acontecendo. Uma hora Doc lhe falava sobre a Máquina do tempo e uma mensagem para o Mauricio do passado. Outra hora lhe dizia que seriam atacados pelos soldados da Fortaleza de Dário.

–        E agora, mais alguma revelação? –Denis perguntou sarcasticamente.

–        Acho que só mais uma coisa –disse Doutor. Rapazes, deixarei tudo aqui em cima com vocês –disse virando se para o estranho trio que havia chegado. Os caçadores já estão vindo. Denis e Diego me acompanhem até o laboratório.

A Brigada Hater se aprontou para o ataque ajustando o armamento, conferindo o poder de fogo e as defesas. Sabiam que precisariam resistir ao máximo para dar tempo do plano ser concluído e isso não seria tarefa fácil. Samanosuke estava apreensivo, embainhando e desembainhando a espada. Junior ouvia música em seus fones de ouvido aparentemente desligado do mundo. Milton estava sentado ao monitor do helicóptero conferindo o radar.

 Doutor, Denis e Diego desceram direto dentro do departamento de defesa. Uma sala especializada em proteção na casa que lhes permitiam fechar toda a residência como uma grande e forte redoma. Chegaram ao laboratório um pouco mais demoradamente do que o habitual.

–        Temos que ligar o AFFTD e deixá-lo aquecer –disse o Doutor ligando o computador à sua frente.

–        Doc, devo te lembrar que caso isso venha a dar errado… –começou a falar Diego.

–        Eu sei, eu tenho que sobreviver –falou Doutor com a voz fatigada.

–        Você é o último grande gênio da humanidade que não está na Cidadela –falou Diego seriamente. Você é o nosso General e não posso permitir que você corra riscos desnecessários.

–        Ele está certo ma… –Denis falava mas foi interrompido por Doutor.

–        Olhe aqui, eu continuarei a viver sim, mas será no amanhã que nunca se foi, no hoje que nunca veio.

Diego e Denis se entreolharam sem saber o que dizer.

–        Essa guerra termina hoje. Seja aqui ou 10 anos atrás –fitando furiosamente os dois homens atrás dele por cima dos ombros.

–        Mas… –Começou a falar Denis, sendo novamente interrompido pelo cientista.

–        Mas nada Denis! –disse Doutor num tom sério e ríspido que não lhe era habitual. Não agüento mais viver nesse mundo. Sem 98% das pessoas que eu amo. Não me importa as 6,5 bilhões de pessoas nesse mundo, só as pessoas que eu amo me interessam e elas estão mortas. Você se lamenta por sua querida Karol, Denis. Entretanto eu também perdi minha vida –fitou Denis furiosamente. E como você bem disse Tenente Diego, eu sou o ultimo grande gênio desse mundo e sou seu General. E eu sei que não há mais saídas depois de hoje. Ou vai, ou racha!

Nem Denis, nem Diego fizeram menção a rebater o discurso. Pela primeira vez, o rosto sorridente e despreocupado do Doutor deu lugar a algo diferente. A face da tristeza de um homem sofrido uniu-se à face forte de um rígido General revelando um turbilhão de sentimentos que expressava o real estado de espírito do Doutor. Eles sabiam que a Máquina do tempo era a ultima chance de vitória, dadas as atuais circunstancias.

O Doutor se virou para o computador e começou a iniciar o AFFTD. Denis se sentou na cadeira giratória e ficou olhando os papéis em cima da mesa, enquanto Diego checava a munição. O rádio do tenente tocou.

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–        Tenente Diego na escuta –falou enquanto colocava o radio no viva-voz.

–        Aqui é Milton. Os caçadores chegaram, senhor –disse sem muita emoção.

Os outros dois no laboratório ouviam atentamente a conversa.

–        Quantos deles?

–        Eu diria que todos eles, senhor.

Samanosuke colocou a espada na bainha e a pôs na cintura. Junior ligou o tanque e começou a mirar as metralhadoras e o canhão nos alvos. Milton decolou com o helicóptero. 2000 soldados vestindo armaduras avançavam a 400km/h. Com avançada tecnologia que lhes proporcionavam proteção e poder de fogo, sempre foram temidos pela população livre por serem assassinos terríveis e virtualmente invecíveis.

–        Para quem você vai enviar essa mensagem, Doc? –perguntou Diego aflito.

–        Mauricio –respondeu Denis quando viu que o cientista estava distraído e não responderia.

–        Mauricio? Eu sei que tem que mandar para um moderador, mas o Mauricio? Porque não manda pro Will, Xiku ou Swan?

O Doutor deu uma longa e sonora gargalhada.

–        Will? Ele vai rir da mensagem e achar que não passa de uma brincadeira. Xiku? Ele é cético demais, até verificar se é verdade ou não, o mundo já explodiu há muito tempo. E Adriana? Ela é inconstante demais, poderia reunir todos e derrotar Dario em pouco tempo ou ficar sentada no PC falando mal de Twilight. Não posso apostar o futuro do mundo nas variações de humor dela. Thiago e Danton são menores de idade. Pedro compartilha de outras impossibilidades, acho que o computador estava quebrado. Mauricio vai acreditar na mensagem e vai fazer o que for preciso para evitar o fim do mundo –Doutor pareceu saber mais do que queria dizer e novamente a face despreocupada habitual voltara ao seu rosto. Acha que eu bolei isso de um dia para o outro?

–        Eu sei do grande homem que o Mauricio se tornaria, sendo um intelectual, médico e tudo mais, mas ainda acho difícil ele ascender ao posto de liderança revolucionária em apenas 10 dias –falou Diego com um leve desanimo. Sem ofensas, Doc.

–        Nem um pouco. Meu plano é mais do que perfeito –Disse ao testar a câmera. Quando isso tudo acabar, eu vou te provar que Mauricio pode jogar Xadrez com o mais poderoso programa de computador do mundo e dar Xeque-mate. Mesmo que seja eu a prever os movimentos das peças pra ele –deu uma piscadela para Diego e então disse. Ainda tenho 20 minutos até eu mandar a mensagem para mim mesmo hoje de manhã. E para poupar energia eu vou mandar as mensagens para Mauricio logo em seguida.

Denis se levantou da cadeira num salto e disse.

–        Os garotos vão estar mortos lá em cima daqui a 20 minutos! O Domo não vai agüentar 20 minutos! Eu vou ajudar… –foi novamente interrompido quando aprontava a arma.

–        Você vai ficar sentadinho ai e pensar no que vai dizer –falou Doutor como um professor diria a um aluno travesso.

–        No que eu vou dizer a quem? –perguntou Denis intrigado.

–        Essa era a ultima surpresa de que eu falei… –falou o Doutor com uma risadinha sarcástica. Será você quem vai falar com Mauricio e dizer a ele tudo o que aconteceu e o que ele deve fazer em apenas 1 minuto. Trabalho ingrato, não é? –Deu uma risada e foi para o computador.

–        Eu? –balbuciou Denis.

Continua…

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Como diria Yoda: com a palavra você está