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Crônicas Ocultas do Clã DBOF: Capítulo I – parte 1

cronicas-ocultas 

Prólogo:

Há 10 anos, uma guerra mundial termonuclear se iniciou e devastou a população mundial, apenas restando alguns poucos humanos vivos. Um reino próspero ainda se ergue aonde um dia foi o Norte do Brasil. Mas a maioria das pessoas é obrigada a viver na miséria total e com medo de morrer a cada instante.

Um cientista e seu amigo vivem numa pequena casa no sudeste do Brasil buscando pessoas no mundo exterior e mandando-os para uma pequena colônia que eles formaram ao sul.

O jovem cientista busca desesperadamente por uma forma de reverter o horror que se abateu sobre nosso mundo.

Capítulo I: Cicatrizes

O céu não é mais tão azul quanto um dia já foi, nem a noite é tão negra quanto nos tempos de outrora. A nuvem cinza paira sobre nós escondendo o sol e as labaredas de fogo iluminam constantemente a noite. O mundo mudou. Tudo se foi, apenas a destruição existe agora. Viver não existe mais. Agora sobreviver o substituiu.

Não há porque se preocupar com doenças da velhice, ter seguros de vida, ter planos para o futuro. Não há futuro além do extermínio. Somos poucos e estamos isolados. Antes éramos muitos, contudo ainda éramos isolados. Certas coisas não mudam.

O que aconteceu foi o resultado de ódio e ganância. O que aconteceu não se fez em um dia. Por anos, eles tentaram nos destruir e agora finalmente conseguiram, bastou um estopim. Bastou um homem ligar o relógio do fim do mundo. Um relógio construído anos antes dele nascer.

–         Mas ele disse que há um modo de consertar as coisas. Se até eu pude ser consertado. Há um modo, ele me garantiu que há. Este é um homem de palavra, justo e honesto.É alguém por quem daria minha vida e pelo qual eu acho que já dei uma vez. Não me lembro. Minhas memórias estão fracas demais. Quase não posso vê-la em meus pensamentos. Minha amada. Tinha uma foto dela. Está por aqui, nos meus guardados. Melhor não mexer, posso rasgar –um homem jovem deitado na cama se levanta vagarosamente.

Ele possuía a face lateral esquerda do rosto tampada com uma máscara metálica e o olho era vermelho intenso. O braço direito era totalmente mecânico. Estava sem camisa e podíamos ver que a face lateral de seu tronco e abdome eram metálicos. Diversas cicatrizes se enumeravam em seu corpo.

O rapaz meio humano se levanta e ouve uma voz. Ele não entende o que ela diz e vai em sua direção.

–         Denis! –gritava alto uma voz masculina gentilmente. Está ouvindo?

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–         Sim estou Doutor –disse Denis calmamente.

–         Ah obrigado por vir –falou com uma risadinha sarcástica. Me ajude a levar essas caixas para o meu laboratório.

O doutor era um o homem jovem, mas castigado demais pelas atrocidades do mundo em que vivia. Enquanto Denis, agora, era como uma criança com apenas vaga impressão de todo o horror do mundo exterior, ele tinha que enfrentar tudo consciente. Estava com uma enorme barba e cabelos curtos despenteados. Ele estava usando uma jaleco velho e desgastado com luvas grossas nas mão e botas de cano longo.

–         O que são? –perguntou ao Doutor.

–         Material para conversores de potência e aquilo é uma caixa de chumbo –disse apontando para uma das caixas. Tenha cuidado com ela. Coloque na sala de isolamento radioativo.

–         È radioativo? – perguntou assustado.

–         Não, é pior… –disse o Doutor enquanto indicava com o dedo para o laboratório subterrâneo.

O Doutor ascendeu as luzes e sentou em frente ao computador enquanto Denis descarregava seu material. O laboratório era grande, com uma parede com vários ratos, outra com duas portas grandes onde Denis colocou a caixa com o chumbo, um grande quadro negro com muitas inscrições matemáticas e uma grande TV ao lado.

–        Te chamo para o jantar? –perguntou Denis.

–        Não obrigado. Hoje vou trabalhar até tarde, amigão –agradeceu com sorriso tenro.

–        Certo, a comida vai estar na geladeira então… –subiu rapidamente as escadas.

Não gostava do laboratório, cheirava a ratos e borracha queimada. Foi até a cozinha e ascendeu as bocas do fogo com uma pequena chama que saia de seu indicador. Alongou seu braço mecânico para alcançar as panelas na prateleira de cima. Ouviu um barulho de vidro quebrando na sala e usou seu olho biônico para ver com infra-vermelho. O gato estava saltando por sobre os jarros de flores do Doutor.

–   Pual! Sai daí –berrou.

O gato desdenhou, mas saltou para o chão e começou a se lamber. Ele era preto e branco e de rabo longo e sempre balançante. Denis usou o olho novamente para detectar todos os cacos e varrê-los. Pual passou por suas pernas e começou a ronronar. Ele se lembrou que ela adorava gatos e pegou ele no colo e começou a acariciar.

– O Doutor vai consertar tudo, ele me prometeu –falou derramando uma lágrima pelo olho normal. 

Continua…

Dedicado aos meus amigos da Comunidade DragonBall – O Filme (2009), conhecida como DBOF, sem os quais essa história jamais seria possível.

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Como diria Yoda: com a palavra você está