Crônicas Ocultas do Clã DBOF: Cap2 pt4
|Por: M. Barreto
Capítulo II: Máquina do Tempo
Denis estava em estado de choque. Não fazia idéia do que teria que dizer, pois sempre achara que o Doutor é que faria a mensagem. Para ele, de todas as formas possíveis, aquele dia era estranho. Olhou para o relógio na parede eram 9:43 da manhã. Às 10:02 a mensagem estaria sendo encaminhada para Doutor de madrugada. Às 10:04, seria a vez de enviar para Mauricio em 2011. Tudo estava sendo devidamente cronometrado.
– Não esqueça de dizer que estamos mandando um programa de computador que será útil e os contatos de todos as pessoas e também mapas dos quais ele precisará –gritou o Doutor do banheiro.
A terra tremeu. O ataque começara às 9:46. As câmeras externas mostravam que o trio Hater estava agüentando a pressão com muita garra. Armas começaram a surgir do chão e ajudar no contra-ataque. Denis viu que Diego estava muito apreensivo. Sabia que ele queria esta lá em cima lutando junto de seus companheiros. Denis sentia o mesmo, mas havia planos maiores a se preocupar. Doutor assobiava alguma música que Denis são identificava. Estava calmo demais para a situação extrema em que estavam.
– Doc, não podemos ajudar em nada o pessoal lá em cima? –perguntou Denis quase gritando.
– Já estamos fazendo isso… –respondeu rodando na cadeira giratória.
– Aquelas armas… –começou Denis sendo interrompido mais uma vez.
– …são apenas medidas paliativas –completou, mesmo sabendo que não era o que ele ia dizer. A arma mais poderosa que temos é o conhecimento, amigão. Sempre foi e sempre será. Quando mudarmos o passado, nada aqui vai importar –disse dando de ombros.
– Mas o passado ainda não mudou e eu me importo com o que acontece aqui –berrou Denis indo para a porta com a arma engatilhada.
– Calma, Denis! –falou Diego alto.
– Isso, calma Denis… relaxa –falou Doutor com um quê de sarcasmo na voz. Eu sou louco, mas não sou maluco. Eu também me importo com o que vai acontecer a todos nós. Mas se formos brigar junto deles, o esforço que todos fizemos até agora será inútil. Morreremos todos juntos e perderemos para aquilo.
Denis olhou para o AFFTD e então disse.
– Logo depois da mensagem eu vou subir e ajudar meus companheiros Haters –chegou perto do Doutor com fúria nos olhos, enquanto guardava a arma.
– Logo depois da mensagem você estará em casa, com a Karol em seus braços e quem sabe um filho ou mais –falou o Doutor com um tom paternal, colocando a mão direita no ombro do amigo e fitando seus olhos com firmeza.
Denis desfez a face enfurecida e os dois se abraçaram. Diego também foi para junto deles. Eram 9:58. Os três ficaram ali, juntos, tomando forças para o momento crucial de suas vidas, o ponto mais crítico para todo o mundo.
Ás 10:00, o Doutor ligou uma música que fazia todo o sentido do mundo naquele momento. “Time Machine” da banda “Black Sabbath”.
– O que você está? –ia perguntar Diego quando viu o amigo cantar a música traduzida para o português.
– Oh o que você vai fazer quando há uma parte de você que precisa correr com o vento –disse olhando para Denis. E o fogo que queima dos dias passados pode apenas iluminar o caminho para guiar você do jardim da escuridão, para ficar fora das sombras –olhou para Diego e iniciou a gravação. Agora olhe como a mudança começa, o amanhã que nunca se foi, o hoje que nunca veio. Nós seremos atacados maciçamente hoje às 9:46 pelo Exército da Cidadela. Chame a Brigada Hater e continue com o resto do plano – parou e deixo a música estava em “You’re living in a time machine”. Ouviu? Você está vivendo em uma máquina do tempo –o Doutor apertou um botão no painel e depois outro, hesitando um pouco.
Denis entendeu a aparente calma do Doutor. Ele havia deixado uma mensagem para si mesmo reforçando a importância da máquina do tempo. Agora percebeu que havia sido muito ingênuo ao pensar que a situação não o afetara. Doc apenas teve que manter o controle pelo bem de todos.
– Não se esqueça de quem você é e de qual o seu propósito. Passado, presente e futuro dependem das decisões que você tomar hoje. Mostre todo o poder do coração humano. Boa sorte –Doutor falou repentinamente apertando o botão de parada logo em seguida e de enviar. Sua vez Denis. São 10 horas, 2 minutos e 4 segundos.
O cientista se levantou e deixou Denis de frente para a câmera.
– Ação –falou Diego encostado na parede fora da visão da câmera, engatilhando a arma.
O chão e o teto tremeram. O Domo acabara de ser destruído. Os caçadores haviam passado pela Brigada Hater e estavam dentro da casa. Dezenas ou centenas de soldados invadiam a casa sendo acusado por todos os alarmes e acionando todas as armas de dentro da residência. O Doutor desligou o receptor que apitava incessantemente.
– Estou aqui para dar cobertura a vocês –falou Diego com firmeza. A hora é essa, vai fundo Denis!
– É só apertar iniciar quando estiver pronto, Denis, e que Deus nos ajude ou pelo menos não atrapalhe –falou o Doutor olhando para cima e dando uma piscadela, enquanto acariciava Pual nos braços. Sem pressa, amigão. Só mais uma coisinha: se falar de mim, me chame de… Doutor.
Denis confirmou com a cabeça. Ás 10 horas, 3 minutos e 10 segundos do dia 13 de dezembro de 2021 a mensagem começou a ser gravada. 1 minuto e 10 segundos depois foi iniciada a reconstrução do universo. O Alterador de Freqüência por Fluxo Termodinâmico realizou sua última ação 1 milissegundos antes. 1 segundo antes, um último pensamento passou pela mente de cada um deles.
– DBOF –pensou Diego.
– Karol –pensou Denis.
– Mon amour… –pensou Doutor.
Doutor, Pual, Denis e Diego sentiram estremecer tudo novamente, mas não era como antes. Cada molécula de seus corpos movia-se realinhando-se, num processo de desconstrução e reconstrução. Os átomos se decompuseram. Elétrons vagaram pelo espaço. Prótons e Nêutrons se decompuseram em quarks down e up. Decomposição instantânea, simplicidade máxima, caos supremo. As cordas são novamente tocadas, contudo a freqüência é diferente.
O universo se reestrutura quando as cordas criam seus pares. Nêutrons, prótons e elétrons. O átomo existe. Há um universo feito de infinitos novos átomos. Há um novo universo, um novo espaço, um novo tempo.
Te vejo numa outra vida, Brother.
Desmond em LOST
Fim do capítulo II.
A aventura continua 10 anos antes! Capítulo III: Quando o Sol bater na janela do teu quarto… a aventura fantástica começa.
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