Crônicas Ocultas do Clã DBOF: Cap 6 pt 3
|Por: M. Barreto
Capítulo VI: You could be mine
A limusine de Dario partiu em direção ao lado mais rico da cidade. Lindas mansões, carros importados, jardins arrumados, rostos despreocupados. Dario avistou sua casa e deu um suspiro lembrando de sua esposa. Olhou para o lado e Adriana estava junto dele com a mão ao lado da coxa. Dario pôs a mão na dela e segurou firme. Adriana olhou para ele e sorriu. Willian estava do outro lado do carro, observando a paisagem.
– Você disse que nos levaria para sua fortaleza, porque estamos aqui? –Willian perguntou.
– Tem razão, minha fortaleza fica afastada do centro da cidade, mas preciso checar algumas coisas no meu gabinete –Dario falou olhando nos olhos de Willian. Obviamente, meu outro gabinete.
– Entendo –Willian disse devolvendo o olhar.
– Ei meninos, vocês estão muito tensos –Adriana tentou descontrair.
– È difícil ficar calmo quando o mundo está prestes a virar pó –Falou Willian olhando novamente para fora do carro.
– Se está tão preocupado, então porque você não tenta impedir –Adriana disse lançando um olhar furioso para Will.
Willian suspirou e sem desviar o olhar da janela disse.
– Não quero.
Para Dario, aquilo tudo era muito insólito, ter seus dois amigos discutindo em sua limusine, como acontecia sempre na DBOF. Sua expressa era de grande felicidade por tê-los ali.
Minutos depois, o carro entrou em uma área restrita do governo. Desceu um túnel e após rodar um pouco no escuro, parou. Os três passageiros desceram, Dario conduziu os dois a um elevador sem se perder naquele escuro lugar. Foram aos andares mais baixos. Saíram em um escuro corredor com uma luz vermelha na parede à frente, um scanner de retira. Após utilizar o aparelho, a porta abriu e nos deparamos com a sala cheia de computadores que vimos antes. Dario pede que os dois não o sigam. Ele segue até o gigantesco computador e move o mouse, aparecendo a tela de boa vindas. A mensagem “Operando em Defcon 2” surgiu na tela. Balançando a cabeça afirmativamente e com um sorriso discreto no rosto, sai da sala e as luzes desta se apagam. Na tela, os dizeres, “voltar a Defcon 1 em 10 segundos”.
Adriana perguntou o que vieram fazer ali, contudo Dario deu apenas respostas vagas. Willian parecia mais distante do que nunca. Chegaram ao gabinete de Dario às 5:16pm pelo relógio de Dario na parede.
Willian foi ao banheiro. Adriana se aproximou de Dario e o beijou no rosto, muito próximo da boca.
– O que foi isso? –Dario perguntou olhando-a ternamente.
– Você foi o responsável por eu ter me tornado essa mulher forte que todos da DBOF sempre admiraram –ela disse olhando pela janela. Graças a você, eu podia ser quem eu queria ser, não o subproduto daquela cidade decadente em que eu vivo.
– Eu não fiz nada, só dei um empurrãozinho –disse se aproximando dela. Você é tão inteligente, decidida e linda –disse arfando sobre a nuca de Adriana. Eu só ajudei a despertar a verdadeira e maravilhosa Adriana.
– Eu quero estar sempre com você –Adriana disse aproximando sua boca da dele.
– Você poderia ser minha –Dario pensou.
Três disparos são ouvidos. Os dois dão um passo para trás. Willian volta à sala.
– Vou ligar para o piloto, para sairmos daqui teremos que ir de helicóptero –O político disse pegando o telefone de sua mesa.
Mais dois disparos de arma de fogo são ouvidos e alguns outros em salvas.
A porta é arrombada.
Mauricio dormira melhor do que imaginara. Xiku não conseguiu um sono muito reparador, o mesmo acontecendo com Denis. A revelação do plano incompleto de Mauricio os havia assustado muito.
Quando os três desceram para o café da manhã, Thiago e Danton já estavam comendo, enquanto os outros estavam esperando-os um pouco aflitos. Denis ficou sentou-se junto de Karol e começaram a conversar. Xiku e Mauricio foram para outra mesa e este repassou o plano com o amigo mais uma vez.
Xiku estava prestando muita atenção, sendo interrompido por Neo e Leandro que resolveram brincar de tiro ao alvo com sua caneca de chocolate usando torrões de açúcar. Xiku olhou furioso para eles e os dois fingiram que não era com eles. Mauricio apenas deu uma risada rápida e trouxe o pernambucano de volta ao plano.
– Cara, tem uma coisa que está me incomodando –falou Xiku.
– Sobre o plano? –Mauricio estranhou pois parecia que ele havia entendido.
– Sobre o Danton, por que você vai levar ele para essa sua missão? –Xiku perguntou quase sussurando.
– Bem, acho que a explicação é muito simples –Mauricio disse no mesmo tom. Acho que talvez o Danton seja o tal Doutor.
– Como assim? Por que? –exclamou quase gritando.
– Por muitas coisas –Mauricio disse recostando-se na cadeira. Ele é jovem, bastante inteligente para a idade, mas um pouco desfocado, desmotivado. Fiquei pensando também em quem teria mais chances de sobreviver. Eu? Você? Thiago? Pedro? Lele? Bem a resposta parece óbvia: salvem mulheres e crianças primeiro.
– Será que ele teria a capacidade de criar uma máquina do tempo? –Xiku perguntou meio desajeitado.
– Hoje, não. Contudo, com a devida motivação. Tudo é possível –falou um pouco alto demais, fazendo com que os outros olhassem pra ele.
Mauricio virou para eles e sorriu, fazendo um aceno de mão.
Depois do café da manhã, os membros da DBOF se reuniram no quarto de Mauricio. Este passou e repassou o plano para eles, criando uma versão nova em que era possível fugir pela mesma passagem de entrada se a manobra não durasse mais que 1:23 segundos na sala de comando, o que ele julgava improvável (embora não tenha dito isso a ninguém a não ser Denis e Xiku).
De posse de suas incumbências, o grupo arrumou suas bagagens e saíram do hotel. Estavam na calçada em frente a este, despedindo-se.
Mauricio se isolou a um canto, sem o rotineiro ar despreocupado, arrumando sua mochila. Thiago se aproximou e deu um tapinha em seu ombro.
– Vai dar tudo certo, não se preocupe –Thiago disse sorrindo.
– Thiago, preste muita atenção –Mauricio olhou nos olhos do amigo. Se a missão de qualquer um dos grupos der errado, eu quero que você se esconda o mais fundo que puder naquela base, ela é anti-nuclear e você vai ficar à salvo lá.
– Saquei, mas vai dar tudo certo.
Mauricio se levantou e pôs a mão no ombro de Thiago e apertou firme, ainda fitando-o nos olhos.
Denis conversava com Pedro e Vitor.
– Brow, o Onil bem que podia estar aqui para ajudar a gente né? –disse Denis.
– Infelizmente, nem todo mundo podia vir, mesmo sabendo de que se tratava do fim do mundo –respondeu Vitor.
– De qualquer maneira, nunca vimos o rosto de Onil –disse Pedro. Ele sempre tinha o Avatar de um monstro. Mesmo que ele estivesse aqui, se ele não nos encontrasse, não iríamos reconhecê-lo –Denis e Vitor concordaram.
Leandro, Danton e Renan estavam encostados no muro esperando os outros.
– Ei Danton –disse Leandro. Vê se não vai dar bobeira lá e acabar morrendo, amigão.
– Pode deixar –Danton disse batendo continência.
– Vê se não vai atrapalhar o Mauricio ta –Renan disse às gargalhadas.
– Ou segurar vela para Denis e Karol, amigão completou Leandro.
Danton ia revidar, todavia Mauricio chegou e colocou a mão em sua cabeça.
– Pronto, está na hora de irmos – Mauricio disse olhando todos, um por um. Lembre-se a todo instante que o destino do mundo está em nossas mãos. Amo todos vocês, meu amigos. Nos vemos do outro lado.
Abraços, beijos e apertos de mão. O grupo se divide em dois. Mauricio, Danton, Denis e Karol de um lado, Xiku, Thiago, Pedro, Leandro, Vitor, Renan e Neo do outro.
Continua…
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