Star Trek Além da Escuridão: Indo onde nenhum reboot jamais esteve
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Após o reboot de Star Trek pelas mãos de J.J. Abrams em 2009, eu me tornei fã incondicional da série original, a qual assisti, fazendo o que todo NERD deveria fazer um dia, e de sua peculiar forma de entretenimento. O primeiro filme veio para passar a régua em quarenta anos de mitologia. Já em Star Trek Além da Escuridão (Into the Darkness), o diretor de LOST, teve a missão de superar seu predecessor e fugir do terror do segundo projeto. J.J. Abrams não só o fez, como, de uma vez por todas, ensinou o que é fazer um remake/reboot de respeito.
A qualidade do filme é excepcional, sendo o melhor filme do ano até o momento, tanto em atuações, trama e visual. Contudo, aos viajantes desta jornada, reafirmo que para aumentar a emoção deste filme é de bom tom assistir à primeira temporada e aos dois primeiros filmes de Star Trek Original Series.
Aqui se iniciam os spoilers:
Novamente temoso capitão James “Jim” Kirk (Chris Pine) no comando da USS Enterprise junto de seu primeiro oficial Spock (Zachary Quinto) num perfeito contraste do impulso e da lógica pura. Do outro lado do ringue, temos um misterioso superagente da Frota Estelar chamado John Harrison (Benedict Cumberbatch) que realmente se mostra ser um exército de um homem só ao ferir diversos capitães e matar o contra-almirante Pyke (Bruce Greenwood). Sim, isso vai de encontro ao universo de Star Trek Original Series, onde Pyke estava vivo.
Com o aval não-oficial do Almirante Marcus (Robocop Peter Weller), Jim Kirk leva a Enterprise numa missão para explodir 72 bombas motherfuckers numa colonia Klingon inabitada além da zona neutra, para onde Harrison se teletransportou.
O filme é basicamente um episódio de Star Trek acelerado e com grandes proporções de efeitos especiais. É um embate filosófico entre Kirk e Spock, entre coração e mente, em meio a uma situação crítica. Na verdade, a mais crítica das situações, um Kobayashi Maru acontecendo em tempo real.
A tenente Uhura (Zöe Saldana) funciona como termostato de Spock, tanto quanto Dr. McCoy (Karl Urban) é para Kirk. Sulu (John Cho) e Chekov (Anton Yelchin) tem seus momentos, embora nenhum arco em especial. Já Scotty (Simon Pegg) foi novamente a arma secreta do filme, tanto na comédia, quanto para o andar do roteiro.
Agora, alguém que merece toda a atenção é John Harrison. Superior em tudo: Força, resistência, atuação e dicção (ouviu, Bane?). Mostrou ser singular, um vilão que fez tudo apenas reaver sua amada tripulação, encarcerada nas bombas que estavam na Enterprise. Ele estava lá pra mostrar que nem tudo é preto ou branco, deixando espaço para vermos que nem sempre o vilão é tão diferente do herói. No entanto, quando esse vilão se revelar Khan, nunca pense duas vezes antes de partir para o ataque, você pode não ter uma segunda chance.
O filme é uma grande crítica ao sistema militar americano que produziu duas guerras ao mesmo tempo nos últimos 13 anos, colocando a culpa em ex-companheiros que se enfureceram e se transformaram em terroristas contra os EUA. Uma alfinetada certeira como Gene Roddenberry fazia em STOS.
Sobre a arte de fazer remake: colocar o meio-vulcano original (Leonard Nimoy) frente a frente com sua contraparte mais nova foi genial, gerando um dos diálogos mais geniais do cinema moderno… novamente. O jovem Spock pergunta se o velho já havia encontrado Khan. Este começa a dar uma bronca dizendo que não pode falar sobre eventos futuros, mas que em se tratando de Khan, abriria uma exceção, pois ele foi o maior inimigo que a Enterprise já enfrentou.
Ainda sobre como fazer remake: foi emocionante inverter, deixando Kirk morrer pela radiação ao religar os motores da Enterprise e terminar com Spock liberando todo o sentimento de perda e raiva numa única palavra: Khan!
Depois de ouvir sobre Mudd, Gorns e ver um Tribble e tantos outros easter eggs, quero saber o que mais espera a nossa rebootada Enterprise em sua missão de cinco anos sob o comando de J.J. Abrams.
Vida Longa e Próspera.
Trailer legendado:
Trailer dublado:
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