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Crônicas Ocultas do Clã DBOF: Cap5 pt3

Por: M. Barreto

Capítulo V: Conflitos Internos

Resolveram esperar os outros por ali mesmo, até porque, de qualquer forma, não haveria para onde irem nesse momento. Imprimiram os esquemas das bases militares de operação e começaram a estudá-las em uma salinha de descanso do aeroporto. Mauricio, Will e Xiku reviam os detalhes e tentavam montar um esquema da invasão. Pedro, Thiago e Danton conversavam distraidamente. Adriana estava destacada a um lado e retrucava alguma coisa. Uma palavra acabou saindo propositalmente alto demais e Mauricio percebeu.

–        O que foi Swan? –perguntou gentilmente.

–        Em primeiro lugar, não me chame de Swan, meu nome é Adriana –falou rispidamente, pois tomara ódio do apelido após saber que a protagonista de Twilight também se chamava Swan. Em segundo lugar, isso tudo é um grande erro –disse fitando Mauricio nos olhos. Mesmo que a história de viagem no tempo seja verdade, quem garante que esse tal de “Doutor” realmente tem boas intenções?

–        A mensagem que eu recebi foi dada pelo próprio Denis do Futuro –devolveu Mauricio. Ele apenas cita esse “Doutor”. E acho difícil que o Denis de qualquer realidade queira fazer mal a nós.

–        E como acha que vocês podem impedir que bombas nucleares sejam lançadas? –desdenhou Adriana.

–        É exatamente isso que estamos tentando descobrir aqui faz pelo menos uma hora –rebateu Xiku. Ajudaria muito se você parasse de ficar vendo chifre em cabeça de cavalo e viesse ajudar também Swanzinha.

–        E estamos falhando porque estamos indo pelo caminho errado –falou Will. Acho que ir falar com o próprio Dário e ver o que disso tudo realmente pode vir a se tornar real é o mais certo a se fazer.

–        Ei peraí –disse Pedro. Falar com o cara que quer explodir o mundo? Pra que? Ser preso ou ver a destruição do mundo de camarote?

–        Dario vai ouvir a mim, ele vai se abrir, ele confia em mim mais do que em  qualquer um da DBOF –disse Will.

–        E talvez seja por isso que nós 7 devemos estar aqui, para mostrar a ele as vidas que ele daria em sacrifício e lembrar o que a DBOF representa para ele –completou Adriana.

–        Pedro está com a razão quando diz que Dario pode nos prender e ai não vai adiantar nada o esforço de todos –disse Mauricio e quando Will fez menção a falar algo ele completou. Entretanto, Swan… digo, Adriana está certa ao dizer que, talvez, lutar não seja o único caminho.

–        Como sempre, tentando agradar a todos –desdenhou Adriana. Você sempre foi tão em cima do muro.

–        Sim, eu sou um apaziguador por natureza, Swan – Mauricio falou a ultima palavra com um quê irônico. Mas dessa vez, eu já tenho o meu lado.

Mauricio sentou-se em um banco, com Thiago, Pedro e Danton do seu lado esquerdo,  estando Xiku ao lado direito, ainda de pé. Will estava entre eles e Adriana em frente, também em pé.

–        Mas você mesmo disse que eu estava certa –retrucou Adriana. Você que se diz ir tanto pela lógica, vai ir pela contra-mão e seguir seu ódio pelo Dario.

–        Eu já odiei muito ele, mas agora tenho é pena dele –falou Mauricio.

–        Acho que o que Mauricio quer dizer é que o cara que traiu os seus próprios amigos, tentou destruir a casa que ele mesmo construiu apenas para nos atacar, não parece ser muito confiável –riu-se Xiku.

–        Cala a boca, por que foi você que causou todo o problema com ele! –se alterou pela primeira vez Adriana, dando um furioso passo a frente.

–        Eu só fiz o que devia fazer, expulsando aquela namoradinha arruaceira dele –Xiku disse alto levantando-se.

Mauricio tocou-lhe o braço e o puxou de volta para onde estava, dando impulso para se levantar.

–         Posso falar uma coisa? –disse Danton.

–         Não! –todos outros responderam juntos.

Danton se calou contrariado, batendo no estofado do banco, todavia ninguém deu importância. Peões não falam, pensou Mauricio.

–        O Xiku fez o que qualquer moderador faria no lugar dele. Expulsar Lucy era o certo –falou Mauricio calmamente. E o erro no seu plano é exatamente o que ele falou. Dario é instável e não é alguém em que se possa confiar e não será com o calor da amizade que ele voltará a razão.

Mauricio olhou para Will. Ele estava quieto demais. Aquela cara pálida e gorducha não deixava transparecer a fúria que estava sentindo, contudo, Mauricio sabia que o cavalo galoparia em pouco tempo.

–        Por mais que eu seja a favor de ir falar com o Dario, eu concordo com o Xiku e o Mauricio –disse Thiago. Porque a se gente tiver errado, além da gente morrer, todas as pessoas que amamos também vão morrer.

–        Ei, eu é que ia dizer isso –falou Danton alto.

Adriana disse algo olhando para baixo e foi quase inaudível, contudo, Mauricio leu seus lábios. Ela disse: “Eu não amo ninguém nesse mundo…” e mais algo que ele não conseguiu entender. Mauricio sentiu que iria perder a Adriana. Ele teria que fazer algo agora ou todo o esforço estaria acabado.

–        Dri –chamou Mauricio ternamente e ela levantou a cabeça com uma expressão séria. Você é linda, inteligente e divertida –disse dando um passo para cada adjetivo. Tudo o que qualquer homem poderia querer em alguém. Acho que como metade da DBOF, eu já tive uma paixonite por você em algum momento desses quatro anos.

Veja também:  Crônicas Ocultas do Clã DBOF: Capítulo I - parte 1

Xiku  e Thiago se entreolharam. Aquele seria o momento certo de cantar a Adriana? E o pior é que era verdade, não havia homem que não tivesse se apaixonado, mesmo que por pouco tempo, por Adriana Swan..

–        Contudo, você também é solitária e apesar de forte, você também é frágil –essa ultima palavra a fez virar o rosto para o lado.

Mauricio tocou-lhe o rosto gentilmente com um tenro carinho.

–        Por mais que você não admita, eu te conheço melhor do que qualquer um aqui –falou quase como um sussurro. Não importa o que aconteça, se ficarmos juntos, tudo vai dar certo –ela olhou para ele com lagrimas nos olhos e a boca entreaberta.

Mauricio sorria maliciosamente, ele poderia beijá-la agora, e a fazer seguí-lo aonde fosse. Entretanto, ele não o fez e sabia que não deveria fazê-lo.

Adriana avançou sua face em direção de Mauricio e este recuou e mostrou um sorriso nada terno. O sorriso de um golpista que acabou de conseguir o que queria.

–        Eu não sou muito bom em cantar mulheres, mas eu sei achar o ponto fraco de alguém e atacá-lo – Mauricio falou sem o sorriso e com uma face bem séria. Imitar o que Dario falaria foi uma boa opção. Se eu posso te balançar tanto com apenas algumas palavras inexperientes, imagine o que Dario e sua fala macia poderiam fazer.

E a rainha vai ter de recuar, pensou Mauricio.

–        Olhe o que ele já fez com você, se voltando contra seus próprios amigo –falou Mauricio. E eu nem estou falando de mim.

Adriana lançou um olhar furioso à Mauricio e aos outros.

–        Você é um idiotazinho que quer viver uma aventura com seus amiguinhos –ela começou em um tom de voz ameaçador crescente. Você não está pensando em salvar o mundo, você quer só ter uma boa história pra contar. O sábio líder da DBOF, salvador do mundo. È isso que pessoas egocêntricas e fracas querem, precisam disso para se sentirem vivos. Eu tenho pena de gente assim.

Quando ela queria realmente irritar alguém, Adriana sempre falava na terceira pessoa, desdenhando de seu desafeto. E isso funcionava especialmente com Mauricio. Este tentou manter a postura de liderança, contudo estava ardendo de raiva por dentro. Xiku percebeu que se Mauricio caísse na teia de Adriana estaria tudo perdido e intercedeu. Ele pôs a mão no ombro de Mauricio e o puxou para trás.

–        Podemos ser até isso que você ta dizendo, um bando de amigos que resolveram brincar de salvar o mundo –Xiku falou bem alto. Mas pelo menos não estamos amedrontados a ponto de ir buscar asilo com o vilão da brincadeira. Você é quem é digna de pena, Swan.

Adriana Swan sentou-se com uma expressão furiosa em seu rosto e olhou para Willian. Este sorriu para ela e levantou bruscamente seu robusto corpo indo na direção a Mauricio e a Xiku. Como Mauricio pensara, o cavalo começou a galopar. Dentre todas as peças do Xadrez, o cavalo era o único que podia pular por sobre as outras peças, lhe dando sempre um fator surpresa.

–        E o que vocês acham que podem fazer? Hein? –perguntou Will em tom intimidador. O que vocês tem contra os homens de Dario? Me fala como invadir uma base militar de alta segurança?

–        Eu não tenho todas as respostas, mas ainda temos tempo de procurar –disse Mauricio.

–        Quanto tempo? 8 dias? –desdenhou Will. Vocês não têm nem ao menos gente pra esse tipo de operação! São todos uns inúteis.

–        Ei, vai com calma ae Free Willy –respondeu Xiku.

–        Todos da DBOF são desocupados, desajustados ou debilóides –continuou Willian fingindo não ter ouvido o que Xiku disse. Para evitar uma guerra nuclear acho que vocês precisam um pouquinho mais do que vocês tem –falou sarcasticamente. Vocês têm um medicuzinho metido a sabe tudo –apontou para Mauricio. Um Paraíba com cara de morto de fome –apontou para Xiku, insinuando sobre sua magreza. Os palhaços Merry e Pippin –indicou Thiago e Pedro com a cabeça. E o “devíamos ter esquecido dele” ali –olhou para Danton. Um chorão que não serve pra nada além de reclamar.

–        E o que pensa que você é? –retrucou alto Danton.

–        Eu sou o cara que estava pensando no que fazer até agora e vi que seguir vocês nessa missão suicida não é o melhor a fazer –Willian parecia mais sério do que nunca. Eu não quero brincar de salvar o mundo. Tampouco me salvar e deixar o mundo explodir. Eu quero é impedir que aquelas bombas sejam lançadas e não to nem ai pra reconhecimento ou o que vai ser preciso para isso. Eu vou falar com o Dario quer queiram ou não. E acho que não tenho mais nada para falar com vocês.

Ele caminhou para a saída da pequena sala de descanso, com Adriana logo atrás, Contudo recuou com a abertura da porta.

–         Você não pode ir logo agora que a gente chegou Will –disse uma voz feminina.

Karol, Leandro e Renan haviam acabado de chegar.

Continua…

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Como diria Yoda: com a palavra você está