Crônicas Ocultas do Clã DBOF: Cap7 pt1
|Por: M. Barreto
Capítulo VII: O Estranho nas Sombras
Uma cidade linda, com lindos moradores.
Um ladrão rouba um senhor idoso sentado no banco da praça. Um carro avança o sinal e atropela uma criança, contudo continua avançando freneticamente. Um bêbado espanca a esposa. Uma prostituta leva uma surra do cafetão.
Realmente, o mundo é tão belo.
“Luzes brilhantes e uma melodia toca. Calor mais intenso que o do mais quente verão, causando mais mortes que o mais poderoso canhão. Um gigante cogumelo aparece no horizonte. E outro e depois outro e mais um.
A luz ofuscante e quente incinera tudo enquanto a melodia macabra da explosão continua a tocar. Uma praga maior do que a maior do Egito.
Aconteceu e acontecerá novamente, a menos que um grupo de amigos possa sobrepujar as correntezas do tempo e alterar o curso da história. Eles eram e sempre serão conhecidos como: O Clã DBOF”
Adriana Swan, 24/01/2012 pelo Gokut.
Mauricio, Denis, Danton e Karol desceram do ônibus e caminharam até a última linha sem monitorização por vídeo. Utilizando os pontos cegos do radar, eles se aproximaram da base lenta e cuidadosamente. Mauricio realinhava Danton, com cascudos, várias vezes, pois este sempre saía da formação.
Não havia guardas nas entradas, entretanto Mauricio sabia o posicionamento deles dentro da base. Agora era a parte difícil, ele de deveria correr até a porta inserir o código, abrindo a mesma e desligando as câmeras, dando livre acesso aos amigos. Contudo, correr nunca fora o forte de Mauricio, então Denis ficou encarregado disso.
Ele ficou na frente dos amigos e correu em disparada para a porta ao sinal de Mauricio. Em poucos instantes a porta abriu e ele acenou para que eles fossem até ele. Andaram preocupados com alarmes, todavia nenhum soou. Entraram todos juntos e correram pelo longo corredor mal-iluminado. Chegaram a uma porta comum com uma sala depois dela onde guardas estavam. Olhando pela fechadura, viram dois guardas, um bebendo cerveja e outro dormindo. Karol perguntou a Mauricio se eles já tinham notado que estavam assistindo uma gravação e este respondeu que se soubessem, não estaria nada calmo lá dentro.
O guarda que estava bebendo saiu da sala. Mauricio entrou sorrateiramente na porta e pôs um pano molhado no rosto do guarda que estava dormindo.
– O que é isso Brow? – perguntou Denis.
– Clorofórmio, vai fazer ele dormir por um bom tempo –Mauricio disse mostrando uma frasquinho em seu bolso de trás. O outro vai chegar logo, fique na porta esperando.
Denis ficou ao lado da porta, enquanto Mauricio, Danton e Karol puxavam o soldado para um canto. De repente a porta se abre e Denis acerta o soldado com soco na têmpora que o faz desmaiar.
Após deixá-lo junto do outro, devidamente adormecido com clorofórmio também, os quatro partiram para o corredor e assim chegaram à sala seguinte. Era uma sala de descanso e havia três portas a seguir. O mapa indicava a do meio e por ela, eles seguiram.
A porta dava em um pátio. Ali era um lugar perigoso, pois havia muitas janelas, portas e corredores. Foi um descuido de Mauricio que decorara cada caminho, todavia nesta hora esquecera de não avançar. Ainda que tenha recuado rápido com todos para dentro, ainda que seu instinto protetor tenha falado mais alto, a sirene soou.
Xiku, Pedro, Thiago e Renan corriam pelo corredor ainda atormentados pela morte de Neo. Renan caiu, em prantos. Xiku o ergueu sem dizer nada e o jogou para frente e eles voltaram a correr.
Seguiram o trajeto,o qual haviam decorado, o mais rápido possível. Chegaram à área restrita. Thiago digitou o código, mas suas mãos tremiam demais e ele errou. Um alerta tocou e um estranho som soou atrás deles. Perguntaram-se o que era aquilo, Xiku foi olhar e voltou rapidamente tomando os códigos da mão de Thiago.
– O que foi? –Perguntou Pedro gritando.
– Nada, só uma parede vindo em nossa direção –Xiku falou tentando parecer calmo.
Renan, Thiago e Pedro exclamaram um ressonante “o que”. Ao olharem para trás, havia uma porta chegando cada vez mais perto à uma velocidade considerável
A porta se abriu e os quatro pularam para dentro, ouvindo segundos depois a parede bater de encontro à porta.
– Ufa, alguém ferido? –Xiku pergunta olhando todos e se certificando se estavam todos inteiros. Vou digitar o último código.
Era uma sala de comando, com várias poltronas, mesas, armários. Havia um grande computador a frente com inúmeros botões e um grande monitor. Xiku Se dirigiu ao computador e digitou a ultima senha. Devia apertar “Enter”, porém ao olhar a porta lacrada, ele se lembrou que aquela era a única saída. Começou a suar frio.
– Tem que dar enter, Xikão –disse Pedro.
– Eu não posso fazer isso ainda, tenho que dizer uma coisa pra vocês –falou cabisbaixo.
– Então fala logo –falou Thiago energicamente.
Xiku olhou para todos eles e se demorou um pouco mais em Thiago. Se ele não tivesse digitado errado o código, ainda haveria uma remota possibilidade de saírem. Contudo, se iriam todos morrer ali, não deixaria que ele levasse esse peso com ele. Afinal, a responsabilidade sobre o grupo e os códigos era sua e não dele.
– Não tem como sair daqui depois de dar o comando –falou bem alto querendo se livrar logo desse peso.
Um grande frio percorreu a coluna de Pedro. Thiago desabou em uma poltrona. Renan ainda não conseguira assimilar. Este chegou perto de Xiku e pôs a mão em seu braço e começou a balançar.
– Como assim cara, a gente tem que sair daqui, a gente não pode morrer aqui, a gente tem que encontrar uma saída, a gente… –Renan irritara a Xiku de tal modo que ele o jogou longe quando desvencilhou-se.
– Pára de me irritar, Renan! – Xiku falou com um olhar furioso para o amigo caído. Esse último código… –disse voltando à calma. Desarma as bombas e inicia um processo de autodestruição. Infelizmente, não há tempo o suficiente para sair. Tudo o que posso fazer por vocês é esperar o máximo de tempo possível antes de entrar com os números. Vamos tentar achar uma saída e manter os soldados fora daqui. Mas caso não tenha escolha, eu vou apertar esse botão, mesmo que todos nós tenhamos que morrer. Entenderam?
– Ah cara, isso não é nada legal – Disse Thiago balançando a cabeça negativamente. Mas a gente veio salvar o mundo e se for preciso morrer aqui, então que seja.
– Vamos achar uma saída, tenho certeza –Pedro falou otimista. Me ajuda aqui Thiago, vamos olhar o mapa. Xiku, você vigia as câmeras?
Xiku ficou surpreso com a atitude ativa de Pedro, e confirmou sua função.
– E eu? –Renan falou mostrando-se ávido por trabalho.
– Você fica quieto e vê se não nos arruma problemas –disseram Xiku e Pedro simultaneamente.
Renan sentou-se contrariado.
Continua…
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