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Crônicas Ocultas do Clã DBOF: cap7 pt3

Capítulo VII: O Estranho nas Sombras

Pedro estava andando na frente com a trêmula lanterna. Era um estreito corredor escuro com diversas curvas onde havia muitos cabos e ductos seguindo tanto no teto quanto nas paredes. Andaram por meia hora quase se arrastando, pois com certeza aquele espaço não fora feito para pessoas passarem, até chegarem em uma saída de ar que teriam que retirar para escapar. Thiago havia trazido algumas ferramentas que poderiam ser úteis e passou a chave de fenda a Pedro, que então, desparafusou a saída. Pedro pulou desajeitadamente e aparou Thiago. Renan dispensou ajuda e saiu sozinho, levando um tombo após chegar ao chão.

Era uma sala escura novamente. A pouca iluminação vinha das luzes vermelhas de emergência. Os três amigos andaram relutantes pela vasta área, tomando cuidado para não encostar-se a nada que pudesse soar uma sirene. Pedro zanzava com a lanterna procurando uma saída. Andavam em fila indiana com Thiago no meio e Renan atrás.

De repente Pedro parou e todos se esbarram.

– Pedro? Qual foi mano? =Thiago perguntou irritado.

Pedro não respondeu. Thiago o chacoalhou e ele apontou a lanterna para frente. Thiago e Renan ficaram boquiabertos com o que viram.

Vitor e Leandro estavam vendo a enorme floresta pegar fogo. E ainda não haviam sinais da saída dos amigos.

– Amigão, o que vamos fazer? Eles já deviam ter saído, não é? –Leandro perguntou aflito.

– Bah, não sei. Temos que esperar tche –Vitor falou com um sotaque gaúcho pesado.

– Até quando? –Leandro olhou para a base.

– Vamos dar mais meia hora para eles –Vitor disse sem o sotaque, dessa vez. Ai vamos dar um giro por aqui e ver se saíram. Se não, vamos buscá-los.

Xiku estava sendo numa poltrona de frente para o computador. Seu dedo vagava levemente pelas teclas, demorando um pouco mais no “enter”.

– Ainda não –pensou.

Os soldados tentavam retirar a enorme pedra que fechara a entrada da sala. Xiku escutara há pouco que trariam dinamite. Depois de entrarem, o destino era certo. Então ele teria que apertar o botão de auto-destruição antes.

– Espero que aqueles três já estejam saindo daqui –Falou em voz alta espreguiçando-se. Não quero morrem em vão.

Mauricio foi puxado para a borda do alçapão por Onil.

– Cara, que bom que você veio –Mauricio disse abraçando o amigo que se assustou com a espontânea reação. Obrigado por me salvar.

– Ainda bem que eu cheguei a tempo, aqueles guardinhas eram bons de briga –falou apontando para os soldados caídos.

– Você derrubou todos eles? –Mauricio espantou-se.

Onil ficou meio sem jeito. Ele era um homem corpulento e alto que tinha em torno de 30 anos, moreno, de olhos negros com a noite. Era sempre meio evasivo nos olhares e gestos, como se quisesse manter certo distanciamento, mesmo num momento como aquele.

– Eu acho que já te vi antes? –Mauricio fez cara de quem estava pensando. Ah lembrei, eu te vi no aeroporto, você esbarrou no Will e na Swan quando eles estavam indo embora. E depois no ponto de ônibus também…

– Era eu sim –Onil disse esboçando um leve sorriso. Tenho seguido vocês desde lá, mas não sabia muito como chegar para conversar com vocês. Eu também atrasei os guardas quando vocês se trancaram na cozinha lá embaixo.

– Fico muito feliz de ter vindo, obrigado. Agora temos que ir –Mauricio disse levantando-se com um pouco de dificuldade, pois o ferimento ainda doía. Se eles não nos mataram ali mesmo é porque Dario ainda tem alguns assuntos pendentes com a gente.

– Certo, mas depois você vai me contar direitinho sobre o que está acontecendo aqui.

– Por hora você só precisa saber que se Dario não for detido o mundo inteiro vai acabar –Mauricio disse olhando para o alçapão. Não se preocupe com nossos amigos, eles ficarão bem por enquanto.

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Onil assentiu com a cabeça e os dois correram para o escritório de Dario.

Subiram as escadas. Ainda havia um guarda separando-os do seu destino. Ele deu três tiros. Os amigos se jogaram no vão entre a escada a parede, um de cada lado, antes que ele pudesse mirá-los com precisão. Quando o guarda foi terminar o serviço, deu um tiro de longe em cada lado da escada e aproximou-se do primeiro degrau. Onil e Mauricio bateram fortemente em seus tendões de Aquiles e o soldado caiu atirando uma salva de tiros. Onil saltou para cima dele, Mauricio tirou-lhe a arma e Onil socou-lhe a nuca, desmaiando-o.

Voltaram para a seguir para o escritório. Ao chegarem lá a porta estava arrombada e a sala estaca vazia. Mauricio esmurrou a porta, irritado. Um som de hélices irrompeu o silêncio mortificante. Pela janela a dupla viu um helicóptero alçar vôo. Mauricio sabia que Dario, Willian, Adriana, Denis, Danton e Karol estavam nele.

Dario surpreendeu-se com seu segurança pessoal arrombar a porta daquele jeito.

– Temos invasores, temos que sair daqui agora, senhor –disse o segurança.

– Certo, vamos para o helicóptero –Dario ordenou.

Dario puxou Swan pelo braço e Willian os seguiu olhando para a porta. Saíram por uma escadinha que os levaria ao teto. O motor do helicóptero estava sendo ligado naquele instante e ao adentrarem na máquina, Willian e Adriana se assustaram ao ver Denis, Karol e Danton amarrados no espaço de carga.

Dario olhou-os com um olhar de fúria por um instante que logo depois se converteu num sorriso. O helicóptero levantou vôo e ele disse aos prisioneiros:

– Vocês têm muita sorte, pois amanhã o mundo como o conhecem vai ser destruído e os três ganharam uma passagem para o único lugar realmente seguro do mudo –sorriu como um bom político em campanha.

– Amanhã? –Willian disse quase gritando. Achei que iria ser dia 2, daqui há uma semana!

– Mudança de planos –Dario disse sem olhar Will, virando-se para seu segurança e dizendo. Quem invadiu nossa instalação?

– Mauricio e um elemento desconhecido, senhor.

– Então o moderador bastardo conseguiu chegar aqui –Dario disse pensativo.

Olhou para Willian e depois para Adriana.

– Isso tudo é culpa sua, Adriana –Dario disse olhando firmemente para ela.

Willian tremeu. Ele não contara que estivera com ninguém mais da DBOF e não imaginara que eles chegariam tão longe sozinhos. Adriana ficou em choque por uns instantes e então perguntou um sonoro e desafiador:

– Por que diz isso?

– Porque foi você quem o elegeu moderador –Dario falou sorrindo dessa vez e passando a mãos nos cabelos dela.

Adriana e Will riram aliviados. Will achara que iriam morrer dessa vez, ele teria que mostrar muita fidelidade à Dario para continuar vivo dali em diante. Adriana sorrira e olhara para o escritório que ficava pequeno a cada segundo e se lembrara que a maioria dos moderados da DBOF no Gokut foram eleitos por um voto da comunidade com a exceção de Thiago e Pedro que eram fundadores juntamente com Dario e Mauricio que foi sua escolha quando teve que se ausentar. Começava a se arrepender novamente de ter feito essa escolha.

– Por que não escolhi o Renan? –pensou sorrindo um pouco.

Estava entardecendo, Mauricio e Onil estavam no escritório de Dario sentados, desolados.

– O que faremos agora, Mauricio? –Onil perguntou.

– Vamos pegar nossos amigos de volta –Mauricio disse saltando da poltrona ao se levantar. Daremos uma surra em Dario e salvaremos o mundo.

Onil riu e deu de ombros.

– E como faremos isso?

– Adentraremos em Karnak e vamos combater o vilão –disse com um sorriso quase diabólico no rosto. Vamos até a Fortaleza da Morte.

Então não me pare agora

Não me pare

Porque eu estou tendo bons tempos

Eu estou tendo bons tempos

Queen

Fim do Capítulo VII.

Em breve o capítulo VIII: Dois cavalheiros se aproximam…

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Como diria Yoda: com a palavra você está