Crônicas Ocultas do Clã DBOF: Cap8 pt3
|Capítulo VIII: Dois cavalheiros se aproximam…
Mauricio sentiu o celular tocar no bolso e o pegou. Era uma mensagem de Julia lhe lembrando-lhe do pôster que teriam que apresentar no Congresso de Medicina. Ele sorriu ao ver sua foto. Estava uma correria tão grande que ele quase esqueceu-se dela. Fechou os olhos e mentalmente mandou um beijo para ela.
Onil estava ao seu lado e viu a foto de Julia.
– É a sua namorada? –Onil perguntou timidamente.
Mauricio deu um largo sorriso.
– Pode-se dizer que sim –Ele disse virando-se para Onil.
Onil não entendeu muito bem o que ele quis dizer, entretanto não perguntou mais nada. Ele estava na cabine da frente ao lado do piloto. Mauricio estava atrás, olhando os mapas do computador de bordo.
– Onil, pelos meus cálculos eles devem estar chegando agora, se prepare que em seguida será a gente.
Entreolharam-se um instante e então voltaram as suas funções.
Dario, Will e Adriana estava chegando a seu destino.
– Contemplem, a Última Fortaleza! –Dario disse solene.
Realmente parecia uma fortaleza medieval, com um grande muro em volta e um castelo no meio.
O helicóptero pousou dentro dos limites do mudo e eles saíram apressadamente. Um vento frio soprou fazendo-os tremer.
– Frio nessa época do ano? –estranhou Will.
– É o sistema de defesa, mantém tudo aqui resfriado para que mesmo após o superaquecimento das explosões, as máquinas não parem de funcionar –Dario disse enquanto tomava a frente da comitiva. Daqui há pouco estará nevando lá fora.
Adriana avistou outras pessoas de terno chegarem em grandes carros por um abertura no muro, bem como outros helicópteros pousarem.
– Acho que já chegaram todos –Dario falou olhando na mesma direção que ela.
– Só isso? Na deve ter mais que 1000 pessoas lá em baixo –Adriana disse assustada.
– É o preço que vamos pagar para a sobrevivência da espécie –Dario respondeu olhando no fundo de seus olhos.
– Acho que é um preço caro de mais –Ela disse visivelmente emocionada.
– Não vou ficar passando a mão na sua cabeça, Adriana –Dario falou firme. O mundo nunca foi justo e não é agora, à beira da destruição, que ele deveria ser.
Adriana não respondeu. Willian apenas observara a conversa.
Dario virou-se para seu assessor e perguntou algo baixinho.
– Sim, senhor, ela já chegou –o assessor respondeu.
– Excelente, traga para mim –Dario disse com um tapinha nas costas dele, virando-se para Willian e Adriana. Vocês conhecerão uma pessoa muito especial para mim hoje.
– Quem? –perguntou Adriana.
– Descobrirá em breve minha querida – Dario respondeu,
Seguiram por um corredor que dava em uma espaçosa suíte ao abrir a porta, Dario ouviu seu nome ser chamado no corredor. Era seu assessor que vinha correndo esbaforido.
– Senhor, um de nossos helicópteros está vindo da base 9 –O assessor disse ao para em frente a Dario. O piloto desligou o aparelho de rastreamento.
– Creio que Mauricio não é tão esperto assim, se não percebeu que o rádio está desligado –Dario disse apoiando o queixo no punho. Abata.
– Sim, senhor –O empregado disse e saiu pelo corredor.
Willian sorria. Adriana queria impedir Dario, contudo faltaram-lhe as palavras. Dario levou-os para dentro da suíte.
Onil avistou a fortaleza. Era enorme, com várias torres e pontes cobertas entre elas.
– Ainda não fecharam o domo, ótimo – o piloto disse. Espero que eles me aceitem ou teremos problemas.
– Já temos problemas desde o momento em que você desligou o rádio –Mauricio disse olhando face a face para o piloto. E ainda assim, está tudo planejado. Onil, venha para cá.
Onil seguiu Mauricio e saiu da cabine. Este estava com uma mochila e deu outra para o amigo.
– O que vocês vão fazer? – o piloto perguntou.
– Tem outra pra você aqui –Mauricio pegou uma mochila e jogou no banco do co-piloto. 3, 2, 1… lançaram! –ele disse olhado o computador de bordo.
– Estão atirando na gente? – Onil perguntou atônito.
– Vamos pular agora! –abriram a porta lateral. É só contar até 10 e puxar essa cordinha. Entendeu, Onil? –deu um tapinha no ombro dele, respirou fundo e pulou. Gerônimo!
– Ele é maluco –Onil disse e logo em seguida pulou também.
O piloto tentou deixar o manche e pegar o pára-quedas ao seu lado, contudo fora tarde de mais.
O helicóptero foi atingido no momento em que Mauricio abriu o pára-quedas. Estava descendo rápido demais e esta ação o freou bruscamente. Olhou para cima e para os lados procurando Onil e o viu abrir o equipamento também. O vento frio em seu rosto não estava lhe fazendo bem. Não conseguia manter os olhos abertos. Caiu na areia da praia com um estrondo. A areia parecia muito mais fria do que poderia ser normalmente, contudo ainda não enxergava bem o suficiente para saber o que havia. Quando seus olhos começaram a melhorar, viu que era branco de mais para ser areia.
– Mauricio!
Olhou para trás e viu que Onil caíra na água. Deixou a mochila e eaiu em disparada, tropeçando na já alta camada de neve e pulou na água congelante. A cada braçada que dava era como se centenas de finas agulhas lhe adentrassem a pele. Não sentia mais a mão esquerda e parou de nadar. Queria gritar para localizar o amigo, mas a voz não saia. Avistou o pára-quedas e nadou em sua direção. Ao chegar, retirou as alças do colete e o puxou com toda a força, nadando com apenas as pernas e um braço, pois o outro o segurava. Mauricio não fazia idéia de há quanto tempo estava na água, mas pareciam ser horas intermináveis. Foram apenas 5 minutos. Onil estava azul e gelado, o doutor ficou muito assustado e nadou freneticamente até a areia.
Continua…