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Heroes do começo ao fim

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A primeira temporada batia de frente com o crescente sucesso de LOST. Já a segunda foi sofrível, a terceira estranha e a quarta foi previsível.

Criada por Tim Kring e de propriedade da rede de TV NBC foi cancelada e sua quinta temporada nunca chegará. Nem mesmo um filme para terminar a história foi liberado pela NBC. A série foi dividida em volumes, com a cena final de cada episódio final sendo um gancho para o volume seguinte. O primeiro foi ”Genesis” na 1ª temporada, o segundo “gerações” na 2ª, o terceiro “Vilões” e o quarto “Fugitivos” na 3ª e “redenção” como o volume 5 na 4ª .
Heroes nos trouxe novamente o orgulho de ser um nerd e a discussão de como uma pessoa com poderes agiria no mundo real. Ou uma discussão ainda maior, o que é ser um herói?
Podemos dividir os personagens de Heroes em dois grupos, que mais do que simplesmente Heróis e Vilões, são aqueles que negam suas habilidades e os que a abraçam.
Passando principalmente pela primeira temporada (As temporadas seguintes têm alguns pontos positivos, como Adam Monroe, um vilão com poder de cura, e Kristen “perfeita” Bell como Elle Bishop, uma anti-heroína com poderes elétricos. As tramas deixam a desejar na maioria das vezes, mas os finais de temporada empolgam), conheçam a mitologia de Heroes:

Num primeiro momento pode parecer estranho que a líder de torcida, Claire Bennet (Hayden Panettiere), tente se matar repetidamente para testar seu poder de cura, mas da mesma forma que a maioria dos adolescentes quando descobrem suas mudanças querem testá-las (ei, você fez isso também, não adianta negar). Ela está no primeiro grupo, assim como seu pai biológico, Nathan Petrelli (Adrian Pasdar) que pode voar, mas apenas queria saber de sua campanha política. Bem como, Niki Sanders (Ali Larter) com sua contraparte Jéssica, a qual o dom mais parece uma maldição ao maior estilo “o médico e o monstro”. Matt Parkman (Greg Grunberg) é um policial que pode ler mentes e que vê essa invejável habilidade quase como uma droga que deve ser evitada.
Do outro lado, temos o enfermeiro Peter Petrelli (Milo Ventimiglia) que diferente do irmão, acredita em seu poder de mimetismo de habilidades e o usa para ajudar as pessoas e tenta salvar o mundo. O mesmo objetivo do japonês, Hiro Nakamura (Mais Oka), um nerd/otaku/geek/trekker com poderes de viajar pelo continuum tempo-espaço, sendo ele a força motriz da série. Micah Sanders (Noah Gray-Cabey), filho de Niki, é capaz de falar com as máquinas e sempre que pode tenta se tornar o herói que seus poderes o responsabilizaram a ser. E sem duvida, o grande vilão, Sylar (Zachary Quinto), também faz parte desse lado.
No meio de tudo isso, temos muitas jornadas individuais, as quais se unem. Contudo, no meio de todas elas, uma é a que une a todas: a de Mohinder Suresh (Sendhil Ramamurth), o médico geneticista indiano filho do homem que descobriu os seres com poderes especiais. Apenas um humano comum que quer vingar a morte do pai e se vê num mundo muito maior. Se contrapondo a ele, temos a misteriosa Companhia e seu agente de campo mais eficaz: Noah Bennet (Jack Coleman), outro sem poderes, o qual “caça e etiqueta” pessoas com poderes, além de ser um homem de família, sempre preocupado com eles e com que o mundo não descubra os poderes de sua “ursinha”, Claire.
Peter Petrelli é aquele tipo de cara gente boa que ao ganhar seu dom de absorver outros dons, se vê cair na máxima de Ben Parker: “Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. Ele é o herói da série, é sobre quem a jornada de herói mais recai. De um enfermeiro que cuidava de velhinhos moribundos, sem confiança em si mesmo, sempre vivendo à sombra do irmão prodígio, Nathan, Peter passa por muitas provações, conhecendo e entendendo diversas pessoas ao longo de sua trajetória, tornando-se poderoso, mas sem deixar de ser essencialmente humano.
O grande plot, o evento que marca a mudança de apenas pessoas conhecendo suas habilidades para pessoas que precisam salvar o mundo é saber que num futuro próximo, uma bomba nuclear destruirá Nova Iorque. Peter fica sabendo disso por Hiro Nakamura do futuro. Miray Hiro lhe diz a frase mais icônica da série “salve a líder de torcida, salve o mundo”. O mesmo futuro que acidentalmente Hiro (do presente) havia visto numa viagem no tempo e que o pintor de premonições, Isaac Mendes (Santiago Cabrera), ilustrou no chão de seu flat.
Hiro Nakamura é o personagem mais querido da série. Não tem como não gostar desse japinha de cara redonda e bochechuda. Ele é o que mais se aproxima dos fãs da série, pois é aquele que sempre quis poderes como os dos super-heróis e agora que possui vai honrá-los. Ele é protagonistas de 3 em cada 5 das melhores cenas do seriado, em todas as temporadas. Tem ao seu lado seu fiel escudeiro e o melhor amigo, Ando Masahashi (James Kyson Lee). É ele que encontra a maior parte do Heroes e toca seus corações, ajudando-os a entender que seus dons não devem ser temidos, mas usados para o bem da humanidade. Por ser nerd, há diversas referências a quadrinhos/séries/filmes, em especial Star Trek (Inclusive Kaito Nakamura, pai de Hiro, era o ator que fazia Hikaru Sulu na série). Quem não lembra do Stan “the man” Lee como o motorista de ônibus que Ando ia tomar para deixar Hiro? ou que o mesmo Ando zuou o amigo chamando-o de Spock quando ele lhe disse ter poderes? Ou o episódio “5 anos depois…”, uma clara referencia aos “What if…” da Marvel e DC Comics. O sonho de Hiro em ser um super-herói, é o nosso sonho, e ver ele na telinha foi como ter parte do sonho realizado.
E deixando o melhor pro final, Gabriel Gray, mais conhecido como Sylar, o vilão, o cara mau, o homem com o poder de entender como as coisas funcionam. Era o filho de um relojoeiro que ao conhecer Chandra Suresh, o pai de Mohinder e descobrir ser um portador de poderes especiais e dá uma guinada de 180º na sua vida e começa a roubar habilidades de outros especiais, arrancando seus cérebros e o analisando com seu dom para então absorver o poder. Contraparte direta de Peter neste ponto, pois ambos eram mimetizadores, mas Peter o fazia por empatia e Sylar tinha que matar para isto, sendo uma referência direta aos seus princípios. E Zachary Quinto, ao lado de Jack Coleman e Adrian Pasdar, são indubitavelmente os melhores atores do seriado, com atuações magníficas. Não à toa, Quinto é o Spock do novo Star Trek de 2009.
A temporada decorreu com poucos episódios abaixo da média e muitas cenas dignas de grandes filmes do cinema. A batalha final não teve tanta ação quanto os fãs queriam, por questões orçamentárias, contudo ainda assim foi épica. Em frente ao Kirby Plaza (em homenagem a Jack “King” Kirby), os conflitos muito bem elaborados durante toda uma magnífica temporada convergem e os Heroes se encontram todos e, a seu modo, combatem Sylar e tentam deter a bomba.
Quando a bomba se revelou, Peter tinha que fazer uma escolha de auto-sacrifício, mas foi de Nathan, o qual estava no lado negro da força, que o maior sacrifício surgiu. Ele havia se elegido pelos meios escusos da Companhia, seria Presidente em um futuro próximo, mas deixou tudo isto pelo irmão e pela filha.

Você salvou a líder de torcida para que nós pudéssemos salvar o mundo

Nathan disse pouco antes de levar a bomba para os céus, livrando Nova Iorque da destruição e o mundo daquele golpe do qual nunca se recuperaria.

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De todos os Heroes, Nathan fez uma escolha que todos nós fazemos algum dia: entre o poder, dinheiro e benefícios fáceis versus as pessoas que amamos e o mundo que nos cerca. Quando chegar a hora, você será um Hero ou um Villain?

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Como diria Yoda: com a palavra você está