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Lançado há 25 anos, entenda por que o filme de Street Fighter fracassou

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A série Street Fighter está presente no mercado há mais de três décadas e é uma das franquias mais bem-sucedidas da história dos videogames. O primeiro jogo da série chegou em 1987 para os arcades japoneses e desde então dezenas de títulos foram lançados pela Capcom (produtora do jogo).

Percebendo o potencial cinematográfico da gigante marca do jogo, não demorou muito tempo para a Capcom colocar Street Fighter nas telas de cinema do mundo todo. Embalado pelo sucesso de Street Fighter II, um dos games mais icônicos dos anos 1990, o primeiro filme da franquia foi lançado em 1994.

Street Fighter II NES

No entanto, apesar de um orçamento de US$ 35 milhões e elenco de peso, o longa-metragem não foi muito bem recebido pela crítica e decepcionou o público em geral – como, a bem da verdade costuma ser o caso com filmes baseados em games. Mas por que o filme fracassou?

No início dos anos 1990, Jean-Claude Van Damme era um dos atores de filme de ação mais requisitados do cinema e ficou marcado pelo sucesso de Timecop (1994). Para compor o personagem Guile, a Capcom julgava necessário a presença de uma estrela para dar vida ao protagonista e Van Damme se encaixava no perfil que a empresa procurava.

No entanto, o ator não comparecia com frequência às cenas de gravação e era considerado uma má influência por Steven de Souza, diretor do filme, que teve de adiar filmagens por conta dos sumiços do ator.

Eu não podia simplesmente sentar por horas esperando por ele. Em duas ocasiões, os produtores deixaram ele viajar (da Tailândia) até Hong Kong e nas duas vezes ele chegou atrasado. Nas segundas, ele simplesmente não aparecia”, afirmou o diretor em entrevista ao jornal The Guardian.

A outra estrela no elenco de Street Fighter era o consagrado ator Raúl Júlia (1940-1994). Ele foi contratado pela Capcom para interpretar o vilão Bison, mas Júlia estava muito doente na época e só aceitou o convite porque seus filhos eram fãs do jogo.

Como a equipe de produção não havia sido notificada sobre a real condição de saúde de Júlia antes do início das gravações, os produtores não imaginavam o que estava por vir nas semanas seguintes, pois o estado de saúde do ator abalou a todos e teve consequências no andamento do filme.

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Eu recebi a ligação de uma pessoa do figurino: ‘Temos um problema. Ele está fantasmagórico. Parece um esqueleto’”, conta o diretor. “Nós pensamos: ‘O que vamos fazer? Não podemos colocá-lo na câmera’. Decidimos empurrar todas as cenas de Raul para o final do filme, para que ele ganhasse peso. Eu estava colocando pessoas na câmera que praticamente não tinham prática de luta”, completa.

Adaptar os movimentos especiais do jogo para o cinema exigiu muito esforço de todo nos sets de filmagem, mas muitos atores não conheciam os personagens e alguns nem sequer sabiam sobre características básicas das artes marciais — algo que influenciou negativamente na qualidade das cenas de ação.

Nós tínhamos o nosso treinador, Benny (Urquidez), mas ele não sabia o que realmente era a luta dos videogames, era tudo novo para ele. Só descobrimos no meio da filmagem que personagens diferentes têm estilos diferentes. Alguém disse: ‘Espere um minuto, por que todos estão lutando da mesma maneira?’”, conta o ator.

Para se ter uma ideia da falta de organização e planejamento dos produtores e da direção do filme, o ator Roshan Seth, que interpretou Dhalsim, não conhecia o personagem e muito menos o jogo da franquia. “Eu não sabia o que estava fazendo ali”, conta o ator.

Outros fatores como excesso de personagens, brigas internas e indefinição nos estilos dos personagens também pesaram na avaliação negativa feita pela crítica. O site IMDb, por exemplo, avalia Street Fighter com a nota de 3,9/10.

Apesar de muitas avaliações negativas, vale destacar que Street Fighter foi rentável e obteve uma receita de aproximadamente US$ 100 milhões. Isso mostra a força que a franquia tem entre os fãs do jogo, cenário que não mudou com o avançar dos anos.

Atualmente, os torneios de Street Fighter fazem muito sucesso nos eventos de eSports. “Nós queremos que o Street Fighter continue sendo nossa referência para o e-sport no futuro. A ênfase em torneios online e grandes competições são importantes para a empresa”, destacou a Capcom em comunicado oficial no segundo semestre de 2018.

Como diria Yoda: com a palavra você está