Os Cavaleiros do Zodíaco Netflix: Porque o anime é tão ruim?

Fala sagrados cavaleiros de Atena! Os Cavaleiros do Zodíaco Netflix teve os seus seis primeiros episódios lançados e desagradou a maior parte dos fãs.

Mas porque a nova animação de CDZ da Netflix ficou tão ruim? Quais foram os erros da série? Tudo se resume a um ponto: Conceito.

Antes que alguém venha me falar que Saint Seiya Netflix é para uma nova geração e blablabla, eu já vou dizendo que nada traz mais fãs novos quanto uma obra bem feita.

Só lembrar de Batman O Cavaleiro das Trevas e Homem de Ferro. Depois de seus filmes, Batman superou Superman e Homem de Ferro superou X-Men e Homem Aranha como preferidos entre os fãs crianças, adolescentes e adultos.

Os 3 pontos que definem Cavaleiros do Zodíaco

Saint Seiya é uma obra pautada em três grandes conceitos: Cosmo, Cavaleiros e Amizade. Os Cavaleiros do Zodíaco Netflix conseguiu errar nestes três conceitos.

O Cosmo é infinito

O Cosmo é literalmente a energia do universo que existe dentro dos seres vivos. É queimando o cosmo que os cavaleiros conseguem fazer seus golpes, elevar a sua velocidade e força.

E o cosmo é eterno. Infinito. Mesmo um cavaleiro cansado e ferido pode executar um ataque com potência máxima se queimar o seu cosmo. Diferente do Ki de Dragon Ball Z que é a “energia do corpo” e gasta conforme se usa, o cosmo pode ser usado quantas vezes for necessário, sem perda de potência.

Então não faz sentido quando Seiya lança o Meteoro de Pégaso duas vezes e cai exausto.

Muito pelo contrário, o estado de vida ou morte que os Cavaleiros de Bronze chegam é o que faz eles expandirem seus cosmos a cada luta, a cada golpe e por isso chegam ao cosmo final, o Sétimo Sentido.

A luta entre cavaleiros

A luta entre Cavaleiros é decidida por quem queimar mais o seu cosmo.

Diferente de outros animes, Cavaleiros do Zodíaco nunca teve lutas corpo-a-corpo intensas, sempre foi ataque de um lado, ataque do outro e fim.

Isso se deve porque simplesmente quem queimar o cosmo acima do outro é quem irá ganhar a luta.

Em outros anime, estratégias de combate e técnicas especiais podem fazer com que alguém mais fraco derrote alguém mais forte.

Em Yu Yu Hakusho, a Mestra Genkai faz questão de mostrar isso para Yusuke. Mesmo tendo vencido Toguro no Torneio das Trevas, Yusuke é preso por Asato Kido que tinha o poder de paralisar alguém pisando em sua sombra, poder semelhante ao de Shikamaru em Naruto.

Em Cavaleiros do Zodíaco, não tem isso. A estratégia é queimar o seu cosmo até o limite e explodir em um ataque fulminante.

Já em Saint Seiya Netflix, nós não vemos essa queima de cosmo. Cassius enfrentou Seiya com Meteoro de Onyx contra Meteoro de Pégaso e ganhou. Nesse momento era para Seiya ter queimado o cosmo mais intensamente e derrotado o seu inimigo.

Outro erro foi Shun de Andrômeda ter que achar um ponto fraco para derrotar os outros três Cavaleiros Negros. Shun, Hyoga e Shiryu deveriam ter vencido numa luta um contra um através da queima do cosmo! Teria sido muito mais emocionante e teria melhorado absurdamente a cena.

Amizade e fraternidade

Muitos animes tratam de amizade, a maioria na verdade. Mas em Cavaleiros, isso é ainda mais intenso. Como todos os cavaleiros de bronze foram criados no mesmo orfanato desde a infância e isso criou um sentimento de irmãos, mesmo que alguns se odiassem como era Seiya e Jabu.

Seis anos depois, o reencontro de todos eles tem essa tensão de sentimentos do passado, mas que acaba sendo catalizado numa união forte entre eles, principalmente os protagonistas Seiya, Shun, Shiryu e Hyoga. Quando nós descobrimos que todos são meio-irmãos no mangá, isso se potencializa ainda mais.

Então quando Seiya enfrenta Ikki e diz que ele é poderoso por ter amigos e que o Fênix não tinha isso, você entende isso e se emociona.

Agora quando Seiyaflix diz pro Ikkiflix que ele não tem amigos, isso não faz sentido. Seiya conheceu todo mundo naquele dia, essa amizade não tem todo esse poder todo que ele está dizendo, nem moldou o caráter de Seiya. Nessa hora eu fiquei pensando na Elsa de Frozen falando por Seiya que não se casar com alguém que se conheceu no mesmo dia.

Outros erros dOs Cavaleiros do Zodíaco Netflix

Não vou nem falar da tampa de bueiro falante.

Um dos grandes erros da Netflix foi fazer cenas “posers“.

Uma coisa que torna CDZ especial são as lutas que vão construindo conceitos através dos golpes e diálogos. Então Seiya de Pégaso enfrenta Shiryu de Dragão e eles conversam sobre suas motivações, trocam seus golpes especiais, o escudo do dragão e o punho se mostram armas invencíveis e Seiya fica desestabilizado sem achar uma saída.

Tudo isso cria um clima de tensão que culmina com a cabeçada de Seiya. Esse cenário de “vai e volta” é que cria a magia de Saint Seiya e que a Netflix não soube explorar.

A escolha da produção foi colocar os “highlights” das lutas. Ou seja, colocaram as melhores cenas de cada batalha do original, fora de contexto. Ficou sem emoção nenhuma.

Por exemplo, ninguém sentiu medo na hora que Ikki de Fênix lança o Golpe Fantasma de Fênix, pois não o vimos em ação antes.

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