Batman: A Piada Mortal – Crítica
Adaptações em qualquer mídia sempre deixam um ar pesado por onde passam. Entender e transmitir uma ideia já idealizada em um novo formato é um grande desafio. Contudo, quando se trata de adaptar um dos arcos mais icônicos do manto do Batman, pode ser ainda mais difícil. Escrita por Alan Moore em 1988, Batman: A Piada Mortal retrata o mais sombrio e sádico lado do vilão mais importante da DC: o Coringa!
Adaptar não foi o único desafio. A grande jogada foi criar um arco para a Batgirl. Na Grafic Novel, a Batgirl Barbara Gordon não tinha grande destaque, exceto pelo estopim da tese do Coringa. Mas nessa animação, Batgirl não apenas se tornou peça fundamental da historia, como foi de suma importância para entendermos um pouco do sombrio e isolado Batman. Brian Azzarello foi brilhante em seu roteiro, e mesmo na originalidade do primeiro ato, manteve-se fiel a historia contada por Moore.
Diferente de outras mídias, a representação do Coringa causa certa tensão. Ele é louco, cruel e sim, dá até um certo medo. Em todo o segundo ato, nós temos a luta do Coringa de provar sua teoria e dizer ao mundo que qualquer um pode ser tornar um louco, bastando, apenas, um dia ruim!
Apesar do magnífico roteiro, nem tudo são rosas ou morcegos. Comparado a seus antecessores, a DC Animation não deu uma boa atenção à animação. Pode ser que em sua mente eles tenham tentado manter o teor e clima criado pelos traços da Grafic Novel, mas ainda assim não me deixou tão satisfeito.
Mesmo sendo uma animação, o filme é direcionado ao público adulto e possui uma mensagem social. É possível observar nos discursos do Coringa que, a loucura, faz parte da evolução humana e que tudo é uma piada sem graça. O embate entre o palhaço do crime e o morcego de Gotham é pequeno quando observado pelo contato físico. O verdadeiro dilema aqui é a sanidade.
Podemos dividir o filme em dois atos e não três que é mais comumente usado. O primeiro, focado na Batgirl e nos ensinamentos de Batman sobre a “linha”, e um segundo ato que coloca esses ensinamentos a prova.
A grande expectativa para o filme é se ele iria deixar claro, ou não, a morte do Coringa, do Batman ou de nenhum dos dois. E, de forma brilhante e respeitosa à obra-prima original de Alan Moore, Azzarello conseguiu manter esse clima de escuridão e dúvida.
Sobre o assunto o mestre Grant Morrison relata: “Ninguém entende o final. Na verdade, Batman mata o Coringa! Por isso a Grafic Novel se chama A Piada Mortal. Após a piada do Coringa, o Batman quebra o pescoço dele. Em seguida, a risada termina e as luzes se apagam. É quando ele atravessa essa linha, é a piada definitiva.
Foi feito de uma maneira em que as pessoas não tivessem certeza, mas é brilhante. Batman segura o Coringa e quebra o seu pescoço, e então tudo acaba. As risadas param. É bastante óbvio. É a última piada, é o final inevitável entre os dois. Está tudo no título”.
Batman: A Piada Mortal se torna um marco na história do morcego por sua brilhante homenagem ao clássico de 1988, mas não é melhor animação do Cavaleiro das Trevas.
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Patrick Duarte, CEO do Blog Pensamento Livre e Editor do Site Herói X Jornalista (MTB 0082370/SP). Nerd por paixão e cinéfilo por natureza. Servo do Deus!!!