Marvel e DC Comics: A rivalidade através das Eras dos Quadrinhos
|Bem vindos herois, hoje nós vamos falar da rivalidade entre Marvel e DC Comics. Uma rivalidade que moldou as duas editoras para se tornarem as gigantes dos quadrinhos que são hoje. O embate entre os filmes Capitão América Guerra Civil e Batman v Superman: A Origem da Justiça é, sem sombra de dúvidas, benéfico para ambas as franquias.
Após as críticas ao filme Vingadores A Era de Ultron, Capitão América 3 tem a missão de reafirmar que a Marvel ainda reina, enquanto que Batman V Superman tem a difícil missão de tirar o atraso de 8 anos da DC em relação à Marvel e sedimentar os passos de seu próprio Universo Cinematográfico.
Era de Ouro da DC Comics e o início da Marvel
A DC iniciou a Era de Ouro dos quadrinhos com o surgimento do “primeiro” grande superheroi, o Superman em 1938. Em 1939, o vigilante vestido de morcego chamado Batman estrearia, sendo seguido pela Mulher Maravilha, o Lanterna Verde Alan Scott, o Flash Jay Garrick e Gavião Negro, formando até a Sociedade da Justiça da América. Lutando contra Hittler e os nazistas, mas contra os ladrões de joias e cientistas loucos, essas séries fizeram um sucesso estrondoso como nunca.
Na Era de Ouro, esses heróis começaram muitas vezes violentos, usando armas e até matando. Foi até mesmo por essa razão que muitos ganharam sidekicks juvenis, notavelmente o primeiro foi Robin, o qual transformou o Batman de vigilante em um justiceiro. Evoluindo as histórias, foi criado conceito de superheroi com idoneidade, poderes e moral acima dos padrões das pessoas comuns. Eram Deuses que tentavam viver vidas humanas e o maior de todos esses Deuses era o Superman.
Até perto de 1950 as vendas de quadrinhos eram gigantescas, contudo como toda moda, se foi lentamente, cancelando uma a uma as revistas. Foi então que restaram, praticamente, só as revistas de Superman, Batman e Mulher Maravilha, daí vindo o conceito de Trindade DC.
Nesta época, a Marvel ainda era um “bebê” e também perdera seu terreno que era mantido basicamente pelos heróis bandeirosos que uma vez enfrentaram Hittler, porém agora com o fim da Segunda Guerra Mundial se encontravam sem grandes motivações para existir, entre eles o Capitão América.
Ascensão e queda da DC Comics na Era de Prata e o fenômeno Marvel
Foi em 1956 com o lançamento de um novo Flash, Barry Allen, que as vendas de quadrinhos foram reimpulsionadas e os heróis reformulados, surgindo a Era de Prata. Assim, para agradar os fãs de ficção cientifica, em alta na época, o Lanterna Verde passou a ser um policial intergaláctico chamado Hal Jordan e nasceu o Caçador de Marte.
Os editores da Marvel viram a gigante DC reinventar sua Sociedade da Justiça na forma da Liga da Justiça e deu seu primeiro grande voo de superheroi ao solicitar a Stan Lee criar um grupo de herois próprio: Assim nasceu o Quarteto Fantástico.
Mas Stan Lee os fez de uma maneira diferente da arquirival. Com o Quarteto Fantástico, Stan Lee criou uma família de superherois, com problemas pessoais e personalidades marcantes. Eles não eram tão certinhos ou poderosos como os da DC, todos tinha sua personalidade diferenciada e tomavam atitudes de acordo com elas. E foi isso que atraiu o público.
Desse fio de originalidade, Stan Lee criou o adolescente órfão, pobre, nerd, tímido, nova-iorquino, que por acaso foi picado por uma aranha radioativa: o Homem Aranha. Um superheroi que era um espelho do próprio público e possuía seus mesmos problemas. Ainda mais: Agora as histórias eram continuas. Nada de um heroi quebrar o braço numa revista e no número seguinte nem citar o fato. Se ele quebrou o braço, continuará com o braço quebrado na edição seguinte e ele que arrume um jeito enfrentar os vilões. O sucesso foi gigantesco. E não parou só em Peter Parker, a superequipe mutante X-MEN, Hulk, Thor, Dr. Estranho, Demolidor e Vingadores. O Universo Marvel se tornou um espelho da realidade. Humanos com poderes de Deuses.
A resposta da DC: Batman e Superman
A DC Comics sempre foi muito conservadora. Demorou para responder à altura da Marvel. Continuidade e personalidade foram dois conceitos duros para a DC Comics. Mas da dificuldade criada pela Marvel, ela teve que superar e se reinventar novamente. Ícones da editora como Batman e o Superman tiveram que se tornar humanos.
Assim, a vida Clark Kent deixa de ser uma apenas uma fachada e passa a ser a vida normal, uma “recompensa” que o faz levantar voo todos os dias para ajudar as pessoas. Batman deixa de ser a máscara, tornando Bruce Wayne, o playboy feliz, a verdadeira máscara e, Batman quem ele realmente é. De meados da Era de Prata até hoje, os dois maiores ícones da DC Comics são humanos críveis para qualquer um com seu background deveria ser.
Assim, a Marvel também teve que reinventar seu próprio mundo. Por exemplo, a expansão de Chris Claremont e John Byrne adicionando mais etnias, personalidades e profundidade aos X-MEN foi uma dessas respostas. Assim à formação original de Ciclope, Jean Grey, Homem de Gelo, Fera e Anjo são adicionados genialmente Wolverine, Tempestade, Noturno e Colossus.
A Nova Era dos Quadrinhos no Cinema
Do Homem de Ferro aos Vingadores, de Guardiões da Galáxia à Capitão América 2 – Soldado Invernal, a Marvel domina o cinema com um Universo Cinematográfico coeso. A DC Comics tinha apenas a trilogia Batman de Nolan, uma trilogia excelente, mas fora de um contexto maior. A DC Comics poderia ter feito o Cavaleiro das Trevas Ressurge com um gancho para um mundo maior, mas não ousou e pagou caro, preferiu filmes isolados de qualidade duvidosa como Lanterna Verde e Jonah Hex. A DC Comics sempre foi muito conservadora. A DC demorou para dar uma resposta à Marvel e comercialmente está perdendo muito dinheiro. Imagina quanto bilhões já não teria sido embolsados se Flash, Caçador de Marte, Mulher Maravilha e um Lanterna Verde decente estivessem com seus filmes a essa altura.
Batman V Superman: A Origem da Justiça é uma resposta tardia. Revendo Homem de Aço, notei diversos grande problemas com o filme. Mas o maior de todos foi a falta de criar um mundo maior. A cena do BvS de Bruce vendo a Visão de Calor de Zod e o prédio caindo poderia estar em Homem de Aço e criaria um furor sobre quem era Ben Affleck indo de encontro aos destroços. Contudo, Homem de Aço tentou ser um filme dark e amarga na escuridão por não ser nada demais. Já Batman V Superman tem a necessidade de trazer o Superman para a luz, para que ele se torne o símbolo da justiça que ele tem que ser. Temos que ter um Batman que seja verdadeiramente preocupado com o mundo, lutando com todas as forças para que um alienígena “desgraçado que trouxe a guerra até nós” não cause mais sofrimento ao mundo.
Contudo, minha expectativa para este filme está extremamente baixa. E isso é bom. Se o Lex Luthor não for tão “Sergio Malandro” quanto os trailers mostram; o Superman se tornar o Deus bondoso que precisa ser; se Gal Gadot fizer uma boa atuação que compense o fato dela não ter corpo de Mulher Maravilha; e Ben Aflleck, incrivelmente minha melhor aposta para esse filme, não estragar o Bruce Wayne, acho que teremos um Batman V Superman que entrará para a história como a aurora de uma nova Era dos Superherois no Cinema!
Uma Nova Era dos Quadrinhos no Cinema em que a Marvel terá que se reinventar novamente para não perder seu reinado para sua eterna rival, enquanto a DC cresce a cada dia. Marvel e DC: Uma rivalidade que pode evitar que o subgênero dos superherois fique saturado nos cinemas. Como sempre, a rivalidade entre as duas nesse pêndulo colossal é que o mantém viva a chama dos superherois através das eras.
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as duas editoras são ótimas